Esta história está muito estranha. Vejam
1ª fase
Com 6 aviões avariados, sem conseguir atender as passagens já vendidas, a TAM continua a vender mais passagens, apesar da proibição da ANAC. Tudo indica que com "overbooking". Então o presidente Lula aparece na televisão determinando enérgicas medidas para sanar a questão. Rapidamente a FAB coloca seus aviões para transportar os passageiros da TAM. Com isso, não se falaria mais do apagão aéreo e o governo sairia como salvador da pátria. Jornal de sexta-feira (22 de 12) noticiou declaração do presidente da ANAC: "No sábado, estará tudo resolvido. Natal e ano-novo serão de normalidade. Apertamos os parafusos em relação à sintonia das informações aos passageiros".
2ª fase -- sábado (23 de12)
Mesmo diante de filas com milhares de pessoas e todos (ou quase todos) voos atrasados, a TAM continuava vendendo passagens, enquanto seu diretor de Relações Institucionais da TAM, Paulo Castello Branco, defendia o direito da empresa de vendê-las, ao mesmo tempo em que assegurava não estar havendo "overbooking" (venda de nº de passagens em CADA VOO superior ao nº de vagas).
Estaria Castello Branco mentindo? Talvez não, vejam porque. Aparentemente, a TAM continuou vendendo passagens segundo sua PROGRAMAÇÃO NORMAL de voos, talvez mesmo sem "overbooking", na expectativa de retorno dos 6 aviões avariados, o que não ocorreu.
Isso daria algum sentido à declaração de que não haveria "overbooking", mesmo diante da manifesta incapacidade da TAM de escoar as passagens vendidas.
Seja essa, ou outra, a explicação para o ocorrido, certo é que a TAM falhou ao vender mais passagens que sua capacidade de transporte, ainda que sem "overbooking", e também a ANAC, porque, mesmo diante da crise, nem cuidou de se informar sobre o que estava ocorrendo.
As declarações que atribuiam o caos ao excesso de passageiros são de todo irresponsáveis, pois todos os passageiros que aguardavam por longas horas nas filas PORTAVAM SUAS PASSAGENS.
O caos aéreo é totalmente inadmissível, vergonhoso, e sua persistência no sábado, mesmo com alocação de aviões da FAB e da VARIG, acabaram frustrando tentativa do presidente Lula de se esquivar de culpa e, tal não bastasse, sair do episódio como herói.