O patriotismo está em baixa. Estamos em plena Copa do Mundo, mas tem os problemas lá do governo. O pior de tudo é que até aquelas propagandas de "sou brasileiro, não desisto nunca" pararam de passar. A única coisa que restou foram os outdoors da Doly.
O slogan deles, "brasileiro não tem medo de estrangeiro", aliás, revela bem o jeito que a gente se vê. Pense comigo, dizer que não tem medo de estrangeiro significa, na verdade, o contrário. Se a gente fosse tão orgulhoso assim, não seria preciso ficar gritando frases ufanistas por aí. Ou você acha que, nos Estados Unidos, eles picham muros com dizeres como "americano não tem medo de brasileiro"? Quando as coisas são óbvias, não precisam ser ditas repetidas vezes.
E, se você pensar bem, qual o sentido de ser patriota por aqui? Devemos nos orgulhar das nossas riquezas e das belas matas? Das lindas mulheres? Do povo alegre e hospitaleiro? Nada disso! Parece a descrição de um puteiro continental. Fica difícil. Certo, tem o futebol, o Machado de Assis, o Glauber Rocha, o Programa de Combate a AIDS e algumas outras coisinhas que dão gosto no Brasil. Mesmo assim não chega a dar vontade de colocar um mastro em casa e hastear aquela nossa bandeira toda colorida.
De todo modo, o patriotismo é uma coisa perigosa. Dele, é um passo para o nacionalismo, o ultranacionalismo, a xenofobia, o fascismo, o nazismo... Ok, sei que estou exagerando. O pior mesmo é ter orgulho de sua terra e fazer papel de bobo, como os argentinos.
Esse é meu jeito de ver a coisa.